Segundo David Lehmann, do Centro de Estudos Latino-Americanos de Cambridge, uma das mais importantes universidades do mundo, essa é a tendência no país desde os anos 1990, supostamente uma década de auge nos estudos sobre Brasil. Muitas vezes, a cultura é estudada por pesquisadores brasileiros.
Um dos motivos para isso, segundo ele, é que o Brasil, apesar de ter uma relevância internacional maior que a de outros países na América Latina, não costuma se envolver em conflitos diplomáticos ou de discursos, o que o torna menos controverso e até menos atraente.
Autor de pesquisas sobre democracia, desenvolvimento e religião no Brasil, Lehmann explicou que no Reino Unido há programas sobre o país nas universidades de Cambridge e de Oxford e no King’s College, em Londres. O centro de Oxford teve muito sucesso por alguns anos, explicou voltado à política brasileira e bancado por instituições brasileiras.
O arquivo de textos acadêmicos da London School of Economics, que reúne muito do material usado em trabalhos na universidade, ajuda a comprovar a afirmação de Lehmann de que os anos 1990 foram importantes para os estudos brasileiros no Reino Unido. Uma busca pelo nome do país, em inglês, aponta que há 95.036 menções a ele. Desse total, 13.201 foram publicados desde janeiro do ano 2000 até esta semana. Na década anterior, entre janeiro de 1990 e dezembro de 1999, o total de menções ao Brasil foi de 19.139 textos, quase 45% a mais de que nesta década.
Somente neste ano, entre janeiro e outubro, o nome do país foi citado em 59 publicações encontradas na biblioteca virtual da universidade inglesa. No ano passado houve 133 menções ao “Brazil” em trabalhos acadêmicos. As publicações mais recentes que incluem menções ao país não fazem estudos sobre a realidade vivida, mas tratam da Venezuela, nutrição, biologia, astronomia, ciências em geral. Os temas especificamente brasileiros não são tão frequentes. A maioria dos trabalhos que usam o Brasil no título tratam de situações envolvendo a Amazônia, a ecologia e o ambiente.
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