domingo, 20 de junho de 2010

:: Unidade de Policiamento Pacificadora ::


A Unidade de Policiamento Pacificadora é um novo modelo de Segurança Pública e de policiamento que promove a aproximação entre a população e a polícia, aliada ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades. Ao recuperar territórios ocupados há décadas por traficantes e, recentemente, por milicianos, as UPPs levam a paz às comunidades do Morro Santa Marta (Botafogo – Zona Sul); Cidade de Deus (Jacarepaguá – Zona Oeste), Jardim Batam (Realengo – Zona Oeste) e Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme – Zona Sul).
Hoje, as UPPs representam uma importante ‘arma’ do Governo do Estado do Rio e da Secretaria de Segurança para recuperar territórios perdidos para o tráfico e levar a inclusão social à parcela mais carente da população.
Criadas pela atual gestão da secretaria de Estado de Segurança, as UPPs trabalham com os princípios da Polícia Comunitária. A Polícia Comunitária é um conceito e uma estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de segurança pública. O governo do Rio está investindo R$ 15 milhões na qualificação da Academia de Polícia para que, até 2016, sejam formados cerca de 60 mil policiais no Estado. Até o fim de 2010, 3,5 mil novos policiais serão destinados às Unidades Pacificadoras.
De uns tempos para cá, vem sofrendo várias críticas recentemente por ONGs e partidos esquerdistas.
O argumento é que as UPPs em sua grande maioria estão sendo implantadas em apenas áreas nobres da cidade e não em comunidades menos privilegiadas.
Analisando a situação podemos nos questionar:
''E onde as facções criminosas tiram grande parte de seus lucros? ''
A resposta sem sombra de dúvidas é que os lugares mais lucrativos aos traficantes são justamente as áreas nobres da cidade.
Pois enforcando logo de cara o abastecimento da renda dos traficantes nas áreas de maior poder aquisitivo estariam de certa forma aniquilando diretamente a renda dos traficantes nos subúrbios e áreas mais empobrecidas, pois as mesmas facções que agem na zona sul também agem na Zona Norte oeste etc.
Logo usar esses argumentos para criticara s UPPs é pura falácia.
Vamos supor também a hipótese de atuação primeiramente em áreas menos favorecidas, provavelmente as mesmas pessoas que hoje criticam as UPPs , estariam revoltados afirmando que as UPPs só estariam agindo nessas zonas porque a polícia age com mais truculência nas zonas nortes e baixada , vitimizando os marginais dessas áreas.

Fazendo uma análise dos dados sabemos que:
85% dos moradores das favelas se dizem satisfeitos com a ocupação da polícia.
80% dizem que a qualidade de vida melhorou.

O objetivo da polícia não é tanto abolir completamente o tráfico, mas sim expulsar as gangues armadas das ruas e abrir caminho para que outros setores do estado possam atuar. As gangues condenam os moradores das favelas a uma vida fora da lei: a eletricidade e o sinal de TV são pirateados, pouquíssimos residentes possuem a escritura de seus imóveis, seus trabalhos são todos na economia informal, assim como as vans que os levam para o trabalho. As autoridades estão tentando consolidar a segurança através de legalidade e infra-estrutura.
Até o momento o plano não é muito mais que uma experiência, ainda que muito promissora. As UPPs atendem mais ou menos 140.000 pessoas. Os traficantes não estão fazendo barulho e esconderam suas armas, mas eles não desapareceram. A polícia ainda tem que superar a falta de confiança das comunidades, diz Tio Santos, da ONG Viva Rio. As polícias do Rio e de São Paulo ainda gostam muito de puxar o gatilho: a ONG americana Human Rights Watch chamou atenção recentemente para o fato de que, juntas, as duas polícias matam mais de 1.000 civis por ano.
Grande parte das cerca de 1.000 favelas do Rio ainda é mais ou menos controlada por gangues de traficantes ou milícias formadas por policiais e bombeiros corruptos. Mas há esperança mesmo para alguns desses lugares. Vejamos o exemplo de Vigário Geral, uma pequena favela onde 21 pessoas foram massacradas por um esquadrão da morte da polícia em 1993. Em uma visita recente, o viaduto que passa sobre a linha do trem era vigiado por dois jovens, um deles com um revólver enfiado de maneira ostentosa no bolso de cima de sua jaqueta. No entanto, na década de 90, havia uma dúzia de garotos vigiando a ponte com metralhadores em punho, diz José Junior, do AfroReggae, ONG financiada pelo governo e por empresas particulares que inaugurou recentemente um pavilhão cultural em Vigário Geral.
Encorajado por uma taxa de criminalidade decrescente Beltrame, um ex-delegado da polícia federal, planeja instalar 40 UPPs nos próximos quatro anos, atendendo assim 500.000 pessoas. Até lá, ele acredita que os índices de assassinatos no Rio de Janeiro se igualem aos de São Paulo, que reformou sua polícia na década de 90.
E se ele tem grandes chances de atingir sua meta é porque o Rio está gostando desse momento mágico, em que tudo está conspirando a favor do projeto, diz André Urani, um economista que estuda a cidade. A economia está crescendo vigorosamente e empregos estão sendo criados. O Rio é o centro das reservas de petróleo no litoral do Brasil, mas também está atraindo outras indústrias. Após décadas de populismo e conflitos políticos, a administração pública do estado está se transformando. O governador, Sérgio Cabral, e o prefeito, Eduardo Paes, são ambos aliados do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (os três apareceram na inauguração da clínica na Cidade de Deus). O que significa que o dinheiro dos cofres federais está jorrando na cidade. O governo do estado, após dar um jeito no caos em que se encontravam suas finanças, agora tem condições de fazer empréstimos.
Esse incentivo extra vai pagar por melhorias no sistema de transporte da cidade para a Copa do Mundo de 2014 (cuja final será jogada no famoso estádio do Maracanã) e para as Olimpíadas. Após ganhar a disputa para sediar os jogos com uma proposta conservadora, que aloca a maioria dos eventos em bairros nobres como a Barra da Tijuca e Copacabana, as autoridades estão agora dando uma ajeitada no plano. Eduardo Paes quer reformar a decadente área portuária e está incentivando empresas do setor privado a investir na construção de acomodação para os 20.000 jornalistas que irão cobrir os jogos na área. Parte do dinheiro também vai ser investida na pavimentação, iluminação e saneamento das favelas, para que elas possam se transformar em bairros.
Ainda há muito a ser feito. O Complexo do Alemão, uma aglomeração de favelas espalhadas por encostas na zona norte da cidade, está cheio de novos projetos de habitação e de pilares de concreto espalhados por uma área de 5 km, os quais servirão de base de um teleférico que irá ligar o complexo às linhas de trem do subúrbio. Uma das ruas de terra cheia de lojinhas agora ostenta uma agência do Banco Santander, inaugurada no mês passado. É a primeira agência bancária em uma favela do Rio. Guilherme Nicolas, o gerente da agência, diz que pretende angariar cerca de 10.000 clientes na favela. Mas ele também diz que a grande maioria deles ganha menos de 1.000 reais por mês, e que alguns querem empréstimos para comprar comida. A insegurança e a pobreza andam de mãos dadas no Rio. E uma cidade mais segura tem muito mais chances de tornar menos socialmente dividida.


Fontes: adaptação do texto escrito por DeBalboa
''The Economist''
site da UPP : upprj.com


Post feito por Petit ♥

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