quarta-feira, 4 de agosto de 2010

:: violência contra mulher ::

Mais de 62.000 denúncias de agressões praticadas contra mulheres foram registradas durante o primeiro semestre deste ano pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180. E outras 8.913 denúncias foram provocadas por ameaças, de acordo com relatório apresentado ontem pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República, que criou a Central há cinco anos.
Dos 62.301 relatos de violência recebidos pela Central, mais de 36 mil foram de violência física; 16.071 de violência psicológica; 7.597 de violência moral; 826 de violência patrimonial; e 1.280 de violência sexual. A Central também registrou 239 casos de cárcere privado.
Em mais de 72% dos casos atendidos pelo disque-denúncia, as mulheres disseram que vivem junto com o agressor. Quase 15% das vítimas afirmaram que a violência era exercida por ex-namorado ou ex-companheiro; e 57,9% estão casadas ou em união estável. Entre as casadas ou em união estável, 38% relataram que o tempo de vida conjugal é superior a 10 anos.

Pouco menos de 40% das mulheres que denunciaram violência se declararam agredidas desde o início da relação; e 57% afirmaram que sofrem violência diariamente. Em 50,3% dos casos, as mulheres disseram correr risco de morte.
Os dados gerais do relatório levaram a secretária de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, a destacar a necessidade de que se preste atenção nas denúncias sobre ameaças sofridas pelas mulheres.

“Não se pode subestimar as ameaças e por isso nós consideramos ameaças como fator de risco. Os homens violentos, os agressores, eles não estão brincando, em geral, quando ameaçam suas mulheres. São crimes anunciados e que, portanto, não podem ser subestimados.”

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os estados em que a Central de Atendimento à Mulher mais recebeu denúncias sobre ameaças.
Mais de 67% das mulheres que ligaram para o 180 têm idade entre 25 e 50 anos. E mais de 48% têm nível fundamental de escolaridade. De acordo com 73,4% das denúncias, os agressores também têm nível de escolaridade fundamental e idade entre 20 e 45 anos.

A violência contra a mulher parece, muitas vezes, um assunto invisível e silencioso, do qual não de fala e que se finge não existir. Isto vale tanto para as políticas públicas de contenção do problema quanto para o investimento em pesquisas, dados e informações que permitiriam mensurar a escala real do problema. No Brasil, as poucas tentativas de mapear a grandeza deste fenômeno esbarraram na pouca confiança sobre os dados obtidos. De um modo geral, são pesquisas que usam os Boletins de Ocorrência das delegacias, sobretudo delegacias de mulheres, como fonte primária de informação. Sabemos, contudo, que muitos casos de violência contra a mulher não são denunciados, e muitos têm a queixa retirada pelas próprias vítimas. Desta forma, não é possívellevantar dados seguros e amplos sobre a dimensão deste problema na sociedade brasileira.

fonte: redebrasilatual.com.br
ibam.org.br/viomulher/inforel9.htm


Post feito por Petit ♥

Nenhum comentário:

Postar um comentário