quarta-feira, 7 de julho de 2010

:: 9 de julho ::

Em primeiro lugar, quero agradecer as visitas de todos vocês ao blog, é a primeira vez que consigo manter um endereço na web por tanto tempo e entre os responsáveis por isso tudo, estão vocês que me inspiram a acreditar na juventude do agora.
Peço desculpas a todos pela demora entre um post e outro. A vida anda corrida e tem dias que eu fico sem tempo até para almoçar.
Mas acredito que tudo isso vale a pena, o esforço de hoje trará a vitória do amanhã.
Pra frente BRASIL. Por uma juventude Consciente! O texto de hoje é sobre um dos feriados que mais me agrada e me orgulha de ser paulista , o 9 de julho. Boa leitura a todos vocês!


Desde 1997 é lei: todo dia 9 do mês de julho é feriado civil no Estado de São Paulo. A celebração da data magna do Estado, em memória ao dia em que o povo paulista pegou em armas para lutar pelo regime democrático no País, deflagrando a Revolução Constitucionalista de 1932.
Muitos se lembram do assunto, por causa do dia de descanso, mas poucos sabem da importância desse acontecimento na história do Brasil. A explicação desse fato funciona como mais um torpedo contra o modelo educacional brasileiro, que enfatiza menos as efemérides com heróis locais e regionais, e passa a ser responsável pelo sepultamento de glórias das quais as últimas gerações poderiam se espelhar para mudar situações políticas, econômicas e sociais no presente e no futuro. Respeitar a história real é essencial na formação das nossas crianças e cidadãos, que tendem a se lembrar mais de ídolos na música, telenovelas, futebol e até dos personagens nefastos do parlamento, de governos corruptos e do crime organizado.

Há uma inversão de valores, que precisa ser combatida. Vivemos um processo cultural de memória fugaz, que não valoriza movimentos autênticos nos livros de história e nos programas curriculares das escolas. Um povo sem referenciais históricos é um povo que não vai demonstrar o seu amor à Pátria, lutar por ela quando for preciso, a exemplo do povo paulista que participou do movimento constitucionalista de 1932, em defesa das liberdades democráticas e de uma constituição para o país, durante uma fase provisória e impositiva do governo Getúlio Vargas.

O caminho para criação do feriado surgiu com uma lei federal que dispõe sobre feriados estaduais. A Lei Federal n.º 9.093, de 12 de setembro de 1995, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, definiu que a data magna de cada Estado da nação fosse transformada em feriado civil. Assim, cada unidade da federação teve liberdade para escolher qual o dia do ano deveria ser guardado. No caso de São Paulo, o dia escolhido foi 9 de julho.

A data foi oficializada pelo Projeto de Lei n.º 710/1995, do deputado estadual Guilherme Gianetti. Aprovado pela Assembléia Legislativa, o PL deu origem à Lei Estadual n.º 9.497, de 5 de março de 1997, sancionada pelo governador Mário Covas. Por se tratar de lei estadual, o feriado não requer manutenção através de legislação específica, como a assinatura de um decreto renovando-o ano após ano.

HISTÓRICO
Em 9 de julho de 1932, rebentou a Revolução Paulista. São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que a grande reivindicação era a constitucionalização do país.
O Estado do café se levantou contra a Revolução de 30 e os políticos paulistas, sobretudo os dirigentes do PRP (Partido Republicano Paulista), não se conformaram com a vitória da Revolução. A nomeação de um interventor em São Paulo, propiciou-lhes motivos para o desencadeamento de uma grande propaganda contra o governo federal, na qual se destacavam lemas bem elucidativos: "São Paulo conquistado!", "São Paulo dominado por gente estranha!", "Convocação imediata da Constituinte!", "Tudo pela Constituição!"
Embora o interventor, sentindo dificuldades para administrar o Estado, tivesse pedido demissão, a onda de descontentamento e agitação prosseguiu. Na noite de 23 de maio de 1932, um grupo de populares tentou invadir a sede do partido favorável a Getúlio Vargas, na Praça da República. Houve resistência e o resultado foi desastroso, com cinco vítimas fatais: Martins, Miragaia, Drauzio, Camargo e Alvarenga, que veio a falecer meses depois.
Foi assim que, em 9 de julho de 1932, rebentou a Revolução Paulista. São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que a grande reivindicação era a constitucionalização do país. Mas o Estado paulista ficou só, não houve adesão das outras oligarquias dos demais Estados.

Foram 7 milhões de habitantes de São Paulo, mais da metade era de origem italiana. Para eles, a luta era em defesa da unidade nacional.
Isso, contudo, não bastou. De todos os lados, as forças paulistas eram assediadas pelas tropas do governo federal.O Principal teatro de operações das tropas federais, era o setor mais desguardado do estado de São Paulo, pela crença do apoio que viria do Rio Grande do Sul.
Tropas do sul se posicionaram na divisa de São Paulo e Paraná, próximos a cidade de Itararé. Esta, por um grave erro logístico das tropas paulistas, não foi defendida, tendo estas se retirado para o Rio Paranapanema, abrindo quase 150 quilômetros de território paulista para os federais.
Como nas demais frentes, tropas federais, em maior número e mais bem equipadas, ocupam cidades paulistas, com o agravante destas estarem situadas mais ao interior do estado do que nas outras frentes.
Em meados de setembro, as condições de São Paulo eram precárias. O interior do Estado era invadido paulatinamente pelas tropas de Vargas e a capital paulista era ameaçada de ocupação. A economia de São Paulo, asfixiada pelo bloqueio do porto de Santos, sobrevivia de contribuições em ouro feitas por seus cidadãos e as tropas paulistas desertavam em números cada vez maiores.

Vendo que a derrota e ocupação do Estado era questão de tempo, as tropas da Força Pública Paulista são as primeiras a se render, no final de setembro. Com o colapso da defesa paulista, a liderança revoltista se rende em 2 de outubro de 1932 na cidade de Cruzeiro para as forças chefiadas por Góis de Monteiro.
Terminado o conflito, a liderança paulista se refugia no exílio, enquanto os paulistas computam oficialmente 634 mortos, embora estimativas extraoficiais falem em mais de 1000 mortos paulistas. Do lado federal, nunca foram liberadas estimativas de mortos e feridos. Foi o maior conflito militar da história brasileira no século XX.
A derrota militar acachapante entretanto se transforma em vitória política. Ao ver seu governo em risco, Getúlio Vargas dá início ao processo de reconstitucionalização do país, levando à promulgação em 1934 de uma nova constituição.
Para os paulistas, a Revolução de 1932 transformou-se em símbolo máximo do Estado, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos. Lembrada por feriado no dia 9 de julho, a revolução é mais fortemente comemorada na cidade de São Paulo do que no interior do Estado, onde a destruição e mortes provocadas pela rebelião são ainda recordadas.
No restante do país, o movimento é mais lembrado pela falsa versão imposta pelos vitoriosos, a de uma rebelião conservadora, visando a reconduzir as oligarquias paulistas ao poder e de velado caráter separatista.

Devemos, acima de tudo, reverência (consciente) aos nossos heróis de fato, senão teremos eternizado apenas mais um conveniente e prazeroso feriado no meio da semana.
Um grande salve a todos os heróis paulistas de 1932, que lutaram por um país melhor!


Fontes:
http://www.caieiraspress.com.br/especiais/nove-julho/
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=85744
http://www.miniweb.com.br/Cidadania/Hinos/historia/09_julho.html
http://www.raul.blog.br/277/9-de-julho-todos-desfrutam-poucos-sabem-por-que


Post feito por Petit ♥

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