domingo, 11 de abril de 2010

:: James Cameron ::

James Cameron e Sigourney Weaver plantam pau-brasil em São Paulo
James Cameron, diretor de Avatar e Titanic, os dois maiores blockbusters da história do cinema, enviou na quarta-feira passada uma carta a Lula pedindo que seja revista a decisão do governo de construir a megausina hidrelétrica de Belo Monte. Na carta, Cameron, que chegou ao Brasil ontem para lançar o DVD de Avatar, pede para ser recebido por Lula e acusa Belo Monte de ser “ um projeto dinossauro, baseado em soluções do século passado“. O Planalto negou a audiência ao cineasta.
Lula não quer poleminar sobre um assunto sobre o qual ele disse na quinta-feira: “Uma coisa vocês podem estar certos: nós vamos fazer Belo Monte. Isso é importante que fique claro em alto e bom som”. Mas a carta foi recebida pelo governo e até agora está sem resposta.
Na carta de 1499 palavras, Cameron diz coisas como:

- Vossa Excelência tem uma grande oportunidade, como líder mundial, de tomar medidas decisivas em curto prazo para demonstrar o comprometimento do Brasil com estas questões vitais. Estou me referindo ao projeto da usina de Belo Monte, que deverá ir a leilão em 20 de abril. Eu acredito profundamente que este projeto não deveria ser realizado, e eu apelo a vossa excelência , com base na lógica e na compaixão, a interceder e impedir seu progresso. - Vossa excelência pode questionar meu posicionamento sobre esta questão, como não brasileiro, mas eu acredito que esse tema nos afeta a todos, em todo o mundo. - Existe vários argumentos lógicos contra a hidrelétrica. A usina irá inundar mais de 500 Km2 de terra, e desviar grande parte do fluxo do Xingu para dois canais artificiais para a barragem. Isto deixará comunidades indígenas e tradicionais sem água, peixes e meios de transporte fluvial por 100 km na Volta Grande. A baixa do nível das águas do rio prejudicará a produção agrícola na região, afetando pequenos agricultores indígenas e não indígenas e a qualidade da água. Provavelmente, a floresta amazônica nesta região não sobreviverá. A formação poças de água represada entre os seixos da Volta Grande será um forte vetor de proliferação de malária e outras doenças . Comunidade rio acima, incluindo os Kayapós, irão sofrer com a perda de peixes migratórios que são parte crucial de sua dieta. - A hidrelétrica de Belo Monte está sendo financiada e subsidiada pelos contribuintes brasileiros, mas pouco da energia gerada irá para a população. A maior parte será consumida pelas mineradoras de alumínio das vizinhanças, que empregam muito pouco em relação aos à energia consumida, e cujos lucros corporativos serão majoritariamente enviados para o exterior. Acredito que a população brasileira não está ciente disso, e vê a hidrelétrica como um projeto criado para seu benefício. As demandas de energia do Brasil seriam melhor atendidas com investimento de uma fração dos custos destes mega-projetos em alternativas mais eficientes e renováveis, como energia eólica e solar . -Acredito que, como líder mundial, Vossa Excelência tem a uma oportunidade sem precedentes de tomar uma posição e ser visto como um herói do século 21, ao guiar o Brasil rumo a uma visão sustentável de futuro. Belo Monte é um projeto dinossauro, baseado em soluções do século passado. Olhar os rios do Brasil como energia líquida é um paradigma obsoleto. - Possivelmente Vossa Excelência me considerem um estrangeiro invasivo que não entende a realidade política de seu país. Mas eu me preocupo profundamente com o futuro de todos nós, e por isso me sinto compelido a falar. Seria uma enorme honra para mim poder discutir estes assuntos pessoalmente com Vossa Excelência.

A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, em sua parte paraense, já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o MMA concedeu a licença ambiental prévia para sua construção
O s movimentos sociais e as lideranças indígenas da região são contrários à obra porque consideram que os impactos socioambientais não estão suficientemente dimensionados. Em outubro de 2009, por exemplo, um painel de especialistas debruçou-se sobre o EIA e questionou os estudos e a viabilidade do empreendimento. Um mês antes, em setembro, diversas audiências públicas haviam sido realizadas sob uma saraivada de críticas, especialmente do Ministério Público Estadual, seguido pelos movimentos sociais, que apontava problemas em sua forma de realização.
A inda em outubro, a Funai liberou a obra sem saber exatamente que impactos causaria sobre os índios e lideranças indígenas kayapó enviaram carta ao Presidente Lula na qual diziam que caso a obra fosse iniciada haveria guerra. Para culminar, em fevereiro de 2010, o Ministério do Meio Ambiente concedeu a licença ambiental, também sem esclarecer questões centrais em relação aos impactos socioambientais.
O governo federal anuncia para o mês de abril próximo, o leilão da usina.



Fontes: http://www.socioambiental.org/esp/bm/index.asp
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/
http://ego.globo.com


Post feito por Petit ♥

Um comentário:

  1. Esta evidente que a carta não é do gringo obaoba.
    "...indígenas e tradicionais sem água, peixes e meios de transporte fluvial ..."
    Comunidades tradicionais... ê moda esquerdista ridícula. Ousam usar o termo tradição sendo que são inimigos de nossa tradição nacional e de nossa nação!
    Ele deveria sugerir o envio de energia gerada no seu país para cá, aceitaremos de bom grado - lembrando que lá há ainda o predomínio de termoelétricas a carvão e óleo.
    Anauê!

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